quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Analogia

Tristeza e angústia não combinam
com a doida brevidade da vida.
E ainda há tempo para ser forte!

Mas não há poemas que ensinam
como encarar sem medo a morte
se para a morte só existe passagem de ida...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Bloco de vidro

Queria ter nascido diferente
Com o poder inconseqüente
De ver através do cristal
Que se forma ao morrermos
De tédio e coisa e tal.

Quando boto nesses termos
É porque considero que acho
Que a vida, essa fase morta
Que tanto perdoa essa gente torta,
É perigosa como o vil riacho.

domingo, 11 de setembro de 2011

Tudo errado

Há tempos. Pensemos em termos de reuniões sociais, como no caso de uma igreja comum. A católica, talvez, para se aproximar mais de minha criação.


Em princípio, uma igreja simpática e bucólica de interior é uma reprodução material de toda a vontade divina na Terra, correto? E, pelo mesmo princípio básico, a ordem religiosa que ergueu o templo tem sua fé alicerçada no 'livro mais vendido no mundo', é isso? Tá, beleza... só que minha noção de australopitécus não entende uns troço.


Tipo, o cara lê o livro, se diverte com as histórias do Velho Testamento, torce pelo Golias e chega ao Novo Testamento. Ali, há a história incompleta de um cidadão que é descrito como um semi-deus, a exemplo de Ulisses. É um livro, tudo bem. Mas o cenário das pregações espirituais que aparecem nos contos em nada se parece com uma capela! Não parece lógico que as igrejas baseadas na existência de Jesus fossem, então, um terreno meio desértico (reproduzindo o relevo na Judeia), com um laguinho e barcos (imitando o trabalho dos apóstolos) e umas ovelhas. Ali é que deveriam rolar as missas, sem todo essa pompa com ouro e imagens fakes, tampouco com o silêncio que se exige dentro dum lugar desses.


Acontece um erro de avaliação com o tal de Rock:


- E essa roupinha aí de almirante, Marat?

- Que que tem ela? É tenente-comandante, porra... achou tri?

- Nada a ver, meu! Tu te acha tri roqueiro...

- É, isso lá é.

- ... mas Rock não é imagem! É atitude, cara!


Ah, é? Nem na propaganda do Nescau, que traz pro vagabundo uma tal de 'energia e atitude', rola Rock de verdade. A gurizada que vê na capa dos discos dos Ramones aquele bando de secos enfiados em jeans apertadissississímos, e usa calça larguissississíma, certamente não deixou o cabelo crescer para ficar parecido com a mãe. É porque precisamos de ídolos de comportamento e cultura, mais do que um ídolo precisa das pessoas (Dylan, Bob).


Só que assim como aconteceu com a igreja, distorceram tudo as paradas do Rock. Por mais que o estilo seja o mais propício a juntar tudo que é estilo de ideia, influência e referência, ele não é uma maldita forma de salvar a porcaria do mundo! Quando ouço AC/DC, não penso em virar vegan nem em respeitar mulheres: eu fico é com vontade de tocar terror ao redor.


Estão vendo o estilo musical como sendo uma cartilha cor-de-rosa com diretrizes de bom mocismo pequeno-burguês, respeito aos direitos humanos e animais e convite à meditação. Ah, porra! Cor-de-rosa é como fica a cabeça do meu pau mole... e é a cor do meu celular comprado na Internet, ahhaha!


A tríade 'sexo, drogas e Rock n' Roll' já era. Cortaram o sexo, pois parece feio o cara comer alguém e achar isso afudê; as drogas já foram tiradas pela propaganda do mó evento de música no Brasil (trocaram, adivinhem, pelo verbete 'atitude'...); e o resto você sabe: não se ouve nas rádios faz horas.


Sinceramente, concluir um assunto desses tomaria muita energia de mim e tô com fome. Vou meter um churrasco, encher a pança de cerveja e tentar angariar um rabo-de-saia pra mim, ouvindo Zeppelin nas alturas.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Advérbio

- Não entendi o que tu disse...
- De novo, guria? Porra, vou ter que te explicar tudo?
- Ai, heheheh... é que eu tô meia lenta hoje...


Fim do papo. A lentidão é todo dia, nem vem. Mas advérbio com gênero não rola.