sexta-feira, 7 de março de 2014

O charme das pernas tortas

Não, nada a ver com o craque Garrincha e seus cambitos rengos. A parada aqui é mulher mesmo, apesar de isso estar tão out hoje...

Insisto que o mundo precisa de menos edição gráfica (aos leigos: Photoshop, que, sim!, faz milagres). A beleza dos corpos vem de algo natural... de dentro pra fora, pra usar um recurso mais popularesco. Os gregos, aqueles veados, já sabiam disso muito antes de vossos antepassados procriarem. Não é à toa que ainda se venera a arte clássica.

Se tu pegar qualquer livro de História (que seja da Arte), vai ver que a mulherada até o Renascimento era retratada com a opulência que os músculos e a gordura gentilmente localizada assentava às figuras. Não raro enredo pra punheta da gurizada da época. Ou de hoje.

É no detalhe escondido que mora o almíscar reservado para poucos. Justamente porque poucos se deram conta (thanx God!) de que uma mulher com corpo irretocavelmente marombado e barriga tanquinho ou negativa é muito... óbvio. É como aquele vinho barato de 30 pila que tu compra no supermercado e acha que tá levando o fino das vinícolas argentinas.

E aí venho a público declarar (rufam os tambores!) que prefiro as pernas tortas às trabalhadas com leg press. Não aquelas que deixam a aparência de que a criatura desceu de um potro taludo e não conseguiu endireitar as canetas. Tenho minhas preferências, mesmo dentro das ditas anormalidades. Falo daquele desenho que começa com as coxas próximas e o joelho faz as canelas se afastarem. Se tiver um pé suavemente virado pra dentro, chego aos píncaros do fetiche.

As pernas tortas são um acinte ao padrão do povo. Elas dizem "olhe para nós: ainda somos pernas e temos um desenho único e divertido! Não precisamos ser certinhas para termos nosso lugar sob o Sol!". Elas espinafram deboche na simetria correta e na proporção áurea. Ignoram o esforço dos hormônios masculinos destruidores de vozes femininas e dão uma nova opção aos olhos.

Não sei se um dia as meninas vão parar de usar botinhas ortopédicas. Mas até lá, que algum editor de imagem esqueça de endireitar o que nasceu torto.

Um comentário: