domingo, 22 de novembro de 2009

Já que é Rock...

Ainda dentro do espectro da impactante opinião anterior (que certamente abalará as estruturas das variáveis que sustentam as ligações atômicas universais): já repararam na quantidade de 'gente feia' que nosso estilo preferido abarca?
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Se levarmos em conta que cada um tem no seu íntimo um ideal de rosto e corpo perfeito, não chega a ser algo tão ilógico ou preconceituoso a ser pensado. É uma realidade.
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Não precisamos ser gênios para sacar isso. E sacar o porquê de ser assim: o Rock é um estilo que criou essa fantasia da iconoclastia, do 'nem tô aí', de ir contra o estabilishment... fatalmente contra os padrões do mesmo. E se os padrões se referem à estética de mulheres esguias e vaidosas, por que não ir pelo caminho contrário? Claro, é do Rock!
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Como, no entanto, mesmo que a 'gente feia' tenha encontrado nos braços do estilo um abrigo quentinho e fofo, as pessoas em geral ainda têm discernimento. Não adianta somente o camisetão GG com a carona do Cobain estampada. Tem que ter um cabelo vermelo purpúreo cortado em casa, a tatuagem, o All Star roxo cobrindo as grossíssimas canelas e acessórios infantis espalhados pelo corpitcho.
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O facto de ter uma tropa de cabeludos desgrenhados que topam essas encrencas faz aumentar o plantel roqueiro. Talvez seja uma coisa cultural, de moda e essas coisas conversáveis enquanto tomamos aquele vinho barato francês, o Perrgolá. O suíngue das músicas dançantes de bares e casas caras chama a atenção da mulherada gata. Geralmente (e sublinhe bem esse advérbio) a beleza é própria das castas altas da sociedade. Sabe como é: pai bonito e rico quer mulher bonita, aumentando as chances de ter uma prole plasticamente aceita.
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Aos pobres, restam os ritmos populares e o Rock. Ele, guerreiro, highlander, imponente, diz a todo o povo: "vem, que o papai te acolhe no colo!". Ali, nos fronts da escola de Ozzy, estão enfileirados, feios, bonitos, inteligentes, marginais, magros, gordos, negros, ruivos, amarelos, caucasianos, limpos, imundos, caretas, cabações e viciados. Quando não há uma tribo do hype na qual se encaixar, escolha a opção 2.
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O Rock.
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Solos: besteiras que me ocorreram enquanto eu escutava vinis em versões nacionais dos Bee Gees...
  • Que fim levou o tal GAS Sound, aquele concurso da Guaraná Antarctica na RedeTV?
  • Que fim levaram as bandas que 'brilharam' nos concursos de verão da Karaoukê e da Cult Music?
  • Que fim levaram os festivais todos do Vale do Sinos e Paranhana?
  • Que fim levaram as gráficas que faziam flyers, cartazes legais e faixas para divulgação de rua?
  • E por último: que maldito fim levou a banda Grand Prix, do Rio de Janeiro, que tocava um som próximo ao Oasis (fase 96), e que eu havia descoberto à época do Rock Way of Life, em 2004?

3 comentários:

  1. HAHA! Sensacional... Eis meu trecho preferido: "(...) Tem que ter um cabelo vermelo purpúreo cortado em casa, a tatuagem, o All Star roxo cobrindo as grossíssimas canelas e acessórios infantis espalhados pelo corpitcho."

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  2. Rock que era rock mesmo tinha de ser feio,sujo e malvado como os stones e ainda no tempo em que desafiavam a segregação ,como quando pintaram pela primeira vez no inicio dos 60 no Estados Unidos e perguntaram pasmos: porra,ninguem aqui conhece muddy waters???
    O feio de hoje tem a diferença de que toma ele banho e a feiura não é mais uma agressão mas uma produção em série. ,fiquemos com o rock aquele,o que mal sabia onde aquilo tudo iria acabr,ah,se eles soubessem...

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  3. hehehee,os erros de portugues ainda demonstram que o roqueiro tb pode ser,além de sujo ,feio e malvado,analfabeto,hehehehe.
    Caceta que fedor tá essa minha havaiana!!

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