domingo, 7 de março de 2010

A preocupação não é o funk (parte 2)

O que deveria preocupar a cabeça dos amantes de música roqueira é a quantidade exorbitante de caras que poderiam fomentar uma cena musical, já que ela é inexistente (emo conta?).
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Vamos pontuar dois casos muito graves que ocorreram nos últimos 5 anos nesse Brasilzão. Depois da volta do RPM, achei que estaria de volta a época de shows grandiosos que não tivessem a ver com Jota Quest e seu patrocínio da Fanta. Ledo engano. Meia dúzia de apresentações e o bando do maestro do Faustão se desmantelou pela segunda vez na história. Os egos, infladíssimos, ruíram minhas esperanças de vez.
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Dos pedaços do grupo que assombrou o país nos anos 80 com vendagens astronômicas de discos, saíram duas bandas novas: LS&D e PR.5... coisas finíssimas, bicho. Se você nunca ouviu falar de alguma dessas, acredite na sorte e nas benésses do acaso, que lhe protegeram enquanto você andava distraído.
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A primeira banda misturava Fernando Deluqui e Luiz Schiavon a um cidadão chamado Lazzaroto, oriundo de uma tal de Sub Verso. Gravaram um disco e colocaram música na abertura da novela "Cabocla". Esse som destoa do resto do disco, simbolizado por uma do antigo conjunto de Lazza, a ruim "Novo dia". Ganhou fácil o prêmio de Pior Clipe da década.
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A segunda foi um projeto imediato pós-saída de Paulo Ricardo e P. A. Pagni do RPM. Pensou que ia rolar coisa boa, né? Bem, como eu bem lembro de uma entrevista do comedor da Luciana Vendramini para a Revista Zero, onde dizia que "precisava desesperadamente incorporar elementos de música brasileira no som doPM", é visível que o fracasso era questão de tempo. O som "Música comercial" foi um acinte a qualquer estudo filosófico ou artístico feito até hoje. Misturar Sonic Junior (adorada pela Show Bizz), ritmos folclóricos, batidas eletrônicas e guitarras hypadas não dá!
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Mau gosto, anacronismo, burrice, falta de noção e vergonha, mundo-paralelismo. Tudo junto, numa estocada só! São duas amostras de que se temos que ter medo de algo na música, não é de gentalha como os funkeiros do Rio. É dos barbados velhos, que poderiam estar elaborando canções perfeitas, mas preferem deixar um legado de terror para os filhos de seus filhos.

Solos. Coisas que me vieram à cabeça após uma experiência estranha com piña colada.
  • Fui ao show da Plano Z, reabertura do Tio Remi, em Igrejinha. Show bacana, amigos de sempre e tudo o mais. Passo pelo Thiago Heinrich, vocal e guitarra do grupo, comentando: "Ah, meu, não vai começar com essa frescura de diminuir o tamanho do cabelo...". TH de voleio: "Hahaha... é, mas pelo menos eu não uso chapinha!".
  • 1 x 0.

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