sábado, 9 de junho de 2012

Soneto tardio de amor

Quem escreve em primeira pessoa
já pensa em agradar a quem lê.
Um certo respeito por quem se afeiçoa
é mais um soneto fadado a morrer.

Ela pede versões mais bonitas do amor, 
ele fala outra língua que chama a atenção.
Ela seca seus olhos provando o sabor
ele que que, no fundo, mais valha a intenção.

Se bem que ele quis expressar sua dor...
o relógio a deixa zonza e perdida,
o tempo lhes mostra a face do horror.

Mas olhe como brinca a sorte:
ela crê, sozinha, na vida,
ele vê, sabido, sua morte.

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