terça-feira, 5 de julho de 2011

Como entender o cérebro mulherístico

Vejo homens dizerem que não entendem as mulheres. É, o maridão aqui não vai explicar algo que nem Einstein conseguiu. Mesmo porque o véio da língua pop não tentou; preferiu desvendar as leis que regem massa, tempo e origens do universo, por ser bem mais barbada de chegar a uma conclusão aproveitável.


Imagine a cena: você e sua namorada, feminina que só ela, com todos os "ai-guri-idiota" que as relações permitem, à frente do botão que pode salvar o mundo da aniquilação repentina. Se você não apertar o botão, 6 bilhões de pessoas, todos seres vivos, tudo... irá desaparecer como que instantaneamente, sem chances de retornar no próximo bilhão de anos. Tá tu e tua namorada... tu tem que escalar sei lá que raio de esquema para chegar na porra do botão. Tua guria começa a discutir a relação. Quer te beijar exactamente na porcaria da hora em que, faltando 5 segundos, tu vai privar o planeta do desaparecimento. E você tenta argumentar: "Sai fora, guria! Tenho que apertar isso!!!"


Pronto. Você salva a Terra. Pela lógica, caro amigo, a menina deveria estar aliviada tanto quanto você, que se tornou o herói do mundo. Mas nããão... não, não. Você pode apostar suas economias, que seriam para dar um lance no consórcio de sua Titan, que a menina está chorando de tristeza/raiva/decepção por você ter gritado com ela. Não importa o mundo, não importa nada. O que importa no momento é vocês dois e o jeito que foi usado para falar com ela.


As novelas da Globo são escritas por mulheres que tem TPM. Isso é certo. Mas elas refletem, da maneira mais gastrítica possível, uma realidade com a qual você terá que lidar para chegar à tranquilidade final. Há uma moça desaparecida há horas, alguns preocupados e seu ex muito preocupado. Faz sentido: tem gente que sumiu e precisa ser encontrada. Pode estar morta. Pensa que isso comove o personagem-fêmea, prima da sumida, que também é ex do cara que tá se matando de procurar? Nãããão... não, não. O que importa ali é "você ainda é apaixonado pela fulana-que-sumiu, né?". Ai ai ai ai ai! Caraaalho! Tem uma criatura que evaporou e a menina tá se perguntando sobre a paixonite do cara? Mas meu deus??? Qual é, afinal de contas, a prioridade?


Certamente é a mesma pessoa que escreveu outro diálogo irritante (e não menos esclarecedor/realista) mal digerido por mim, ainda entorpecido de uma Quilmes litro. Um homem e uma mulher, com filhos e vidas próprias, famílias, empregos... querem fugir e seguir suas vidas. Tá, até aí vai. Deu na telha, querem foder, encheram o saco de seu cotidiano pachorrento. Mas o cara não pôde se encontrar com ela em uma dada situação por ter que voltar pra casa e ajudar sua filha, drogada. É um problema sério e que certamente creditaria folga nas cobranças em cima desse pai.


Mas nããããão, não, não A mulher me larga o clássico "sempre-com-suas-desculpas" e já fica de cara. Eeeeeiiii, peraí! Tem uma filha se afundando no inferno das drogas e a outra simplesmente pensa em "mover montanhas para ficarmos juntos"? Ah, mas que raio de genética perversa e egoísta é essa?


Pois é, camarada. Assim funciona na vida real. A diferença é que você não pode desligar a TV antes de fazê-la de inimigo do Black Belt. No cotidiano, o vagabundo tem que se virar com uma tentativa de usar a didática, lógica e mapas conceituais abstratos. Tudo isso não é bem processado por um cérebro feminino, desculpe. E eu sei bem disso. Mas a tentativa é válida e você poderá dormir com sua consciência descarregada.


No próximo texto vai rolar uma lista de dicas de como driblar esse impasse passional de uma cabeça de sua fêmea. Enquanto isso, use e abuse de seu tupi-guarani para atingir seus objetivos. Romantismo ainda atinge em cheio o coração delas. Pois mesmo com essas lógicas fora de lógica, é bom quando essas criaturas passam perfumadas por ti e tu aspira o ar como se fosse a última carreira da tua vida, bem faceiro e obedecendo aos hormônios. Como, aliás, fazem as meninas.



Um comentário:

  1. Nums ei porque, me identifiquei com vossas observações...

    Mulher só é incoerente e incapaz de hierarquizar prioridades quando se trata de vida sentimental. Acho que nessa hora a chamada "natureza feminina" é conveniente. Quando se trata de estudo, vida profissional e praticidades afins, elas são bem ligeiras. Vide invasão feminina em bancos de universidade, mercado de trabalho e cargos de chefia...

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